10 de dezembro, 2019
A escolha da escola: o que devo levar em consideração?
Quando chega a hora de escolher uma escola para os filhos, o leque de opções é tão vasto, e diferente entre si, que fica difícil optar pelo mais adequado. Por isso mesmo, o momento pede paciência e uma boa dose de pesquisa até se ter a certeza de em qual instituição vale a pena fazer a matrícula.
O fato é que não é preciso ser nenhum expert nas correntes educacionais para levar em consideração uma questão muito simples: qual ambiente deixa meu filho mais feliz? Afinal, nenhum método, por mais eficiente que seja, vai atingir seu objetivo se o aluno ou aluna não estiver à vontade com professores, espaço físico e atividades sugeridas.
Educadora há mais de 40 anos, a psicopedagoga Terezinha Faria, de São José dos Campos, acredita que há duas palavras-chave nesse contexto: acolhimento e afetividade. Ela garante que a soma desses fatores é essencial para a garantia de um ambiente saudável para o aprendizado.
“Junto com isso, também é importante trabalhar atividades que trazem significado para a criança, ou seja, adequadas à faixa etária e que promovam o protagonismo dos alunos. A criança é mais feliz sendo uma coautora de um projeto do que uma mera espectadora, que recebe as propostas já prontas e fica ali só como uma ouvinte”, explica Terezinha.
Professores que fazem a diferença
Em uma escola onde existem alunos felizes, há certamente professores motivados em estimulá-los. Em uma conversa com a diretoria da escola, vale se informar sobre os programas da instituição para garantir a formação continuada dos mestres e quais são os critérios para contratação desses professores.
“O professor precisa ter consciência de sua figura de mediador dentro da sala de aula. É preciso lançar as questões certas, instigar, fazer com que os alunos se motivem, busquem soluções, se conectem. Nada é mais atraente do que uma aula bem planejada”, explica Terezinha.
Ensino Médio ou máquina de aprovação?
Para o Ensino Médio, as dicas são parecidas, mas há de se considerar certas armadilhas. A psicóloga Sheila Berna, orientadora pedagógica do cursinho NP Vestibulares, de São José dos Campos, afirma que, antes de escolher a escola, a família precisa olhar para si mesma.
“É importante refletir sobre os valores vitais da família, aqueles dos quais ela não abre mão. Com base nessa consciência, então se avalia qual instituição mais combina com esse conjunto de critérios. Muitas famílias sofrem bastante durante o ano letivo por terem feito a escolha por influência social, moda ou para manter os filhos próximos dos amigos. No cotidiano, a família vai esbarrar nessas incongruências. Também é válido incluir o aluno nessa escolha, faz parte de seu processo de autonomia”, explica.
Outra questão é não confundir o Ensino Médio com uma máquina de aprovação para os vestibulares. De acordo com Sheila, na cultura educacional brasileira, o Ensino Médio acaba se perdendo na questão do desenvolvimento humano, o que é agravado pela política de aprovação nos vestibulares.
“Outra vez, tudo depende da expectativa da família. Para lares mais cartesianos, exigentes, essa fórmula pode funcionar. Mas as escolas que se preocupam verdadeiramente, tomam consciência de preparar um projeto de vida. Minha preocupação é que exista uma distorção: a aprovação no vestibular passa de uma consequência para o objetivo central. É preciso estabelecer uma relação saudável com os estudos”, conclui Sheila.
Portanto, tome nota das seguintes dicas, essenciais durante a escolha da escola:
Ensino Fundamental
1 – Tenha paciência e pesquise bastante antes de escolher a escola;
2 – Atente-se ao ambiente escolar: é preciso ter bom acolhimento e afetividade;
3 – O programa escolar deve priorizar o protagonismo da criança;
4 – Informe-se sobre programas de formação continuada dos professores;
Ensino Médio
5 – Avalie o estilo de vida e os valores familiares, que precisam estar alinhados ao ambiente escolar;
6 – Observe se o programa escolar vai além da preocupação com a aprovação no vestibular, contemplando também um projeto de vida aos adolescentes;
7 – Não considere a escola como uma máquina de aprovação para o vestibular: a aprovação é consequência, não é o fim.