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11 de março, 2021

Games podem ser aliados da sala de aula e do conhecimento

A tecnologia deixou de ser uma ferramenta inacessível há algum tempo. Nos últimos anos, celulares, computadores e os games viraram objeto de desejo de crianças e adolescentes ao redor do mundo, que se debruçam em telas cada vez mais atrativas. 

E, com certeza, ao menos uma vez na vida, você já deve ter se perguntado: “a internet e os games têm efeitos positivos ou negativos na vida do meu filho?” A resposta, segundo uma série de estudos realizados recentemente, é de que o mundo digital pode oferecer diversos benefícios aos jovens, principalmente no que diz respeito à autonomia e protagonismo. 

Para a professora de história Marili Bassini, de Americana (SP), os games têm a capacidade de transcender a barreira de um simples passatempo e proporcionar dinâmicas que despertam responsabilidades e interatividade nas salas de aula. 

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A professora Marili Bassini, ao lado da TV, e alunos em uma aula com games. Foto: Arquivo pessoal

“Jogar videogame estimula a capacidade de percepção, incentiva a tomar decisões rápidas, a calcular riscos, a gerenciar diversos elementos ao mesmo tempo, a trabalhar em grupo, a errar, acertar e aprender com isso”, explica a educadora.

Uma pesquisa, realizada pelos professores da Universidade Aberta da Catalunha, aponta que pessoas que jogaram durante a infância, independente de manterem o hábito ao longo da vida, têm algumas habilidades cognitivas melhoradas. Essa é apenas uma das conclusões descritas no artigo publicado na “Frontiers in Human Neuroscience”.

Jogos educativos na sala de aula

Segundo Marili Bassini, que já utiliza os jogos educativos nas salas de aula para adolescentes entre 15 e 17 anos, a estratégia tem gerado bons resultados acadêmicos. 

“Desde que comecei a aplicar os games nas aulas, percebo o constante amadurecimento das competências socioemocionais dos alunos. Eles estão menos tímidos, mais curiosos e mais aptos a trabalhos em grupo. Nossa troca tem sido bastante dinâmica e, mesmo durante a pandemia, eles estão determinados a aprender”, conta. 

Os trabalhos da disciplina são desenvolvidos em grupos, atualmente de forma remota, e o método de avaliação abrange pesquisas e debates sobre o tema dos jogos escolhidos, que fazem uma analogia do mundo real. Entre eles, estão “Detroit Become Human” e “Assassin’s Valhalla”. 

“Detroit Become Human” é um jogo que narra a geração futurista, quando robôs são usados para tarefas domésticas. Já “Assassin’s Valhalla” se passa na época dos Vikings e mostra as batalhas e expansões territoriais por volta de 800 d.C. 

Marili é professora há 25 anos e ensina história para os alunos do NEI (Núcleo de Educação Integrada) da Fundação Romi, em Santa Bárbara d’Oeste. Para ela, esse novo método de ensino tem estimulado os adolescentes a participarem ativamente das aulas: eles tomam decisões importantes, enfrentam oponentes e conversam com os participantes do grupo adquirindo, assim, conhecimento, respeito e empatia.

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Alunos da professora Marili Bassini jogando ‘Detroit: Become Human’. Foto: Arquivo pessoal

Os games na educação

Confira, a seguir, as principais vantagens dos jogos educativos na vida das crianças e adolescentes.

Incentiva a aprendizagem de pessoas com deficiência

Você sabia que os jogos eletrônicos são recomendados para os jovens com necessidades especiais? Essa atividade estimula o cérebro a desenvolver habilidades de forma lúdica e autônoma. É recomendada, por exemplo, para pacientes com autismo e transtorno de déficit de atenção, entre outros. 

Ensina a seguir regras

Todos os jogos envolvem regras, e os participantes precisam pensar bem antes de dar qualquer passo. Por isso, é necessário tomar decisões em frações de segundo, que determinarão se ele avançará ou não para o próximo nível.

Estimula a memória e a concentração

Ler ou ouvir as instruções do jogo não é o suficiente para ganhá-lo: é preciso memorizar as regras, o que pode ajudar a criança a ser uma pessoa mais concentrada.

Melhora o raciocínio

Crianças que jogam videogame com frequência podem processar estímulos visuais e auditivos mais rapidamente do que as crianças que não jogam. Isso acontece porque os jogos garantem que o cérebro trabalhe continuamente para interpretá-los, melhorando, assim, o raciocínio.

Encoraja a leitura

Estudos mostram que os jogos têm impulsionado as habilidades de leitura das crianças, já que é necessário entender as instruções e de texto para jogar. 

E melhora as habilidades sociais

Os jogos são uma ótima oportunidade para interagir com os jovens, pois incentiva o diálogo entre pais e filhos. Mas, lembre-se: é importante estar atento para que a prática não se torne um vício. Essas atividades são recomendadas dentro de um tempo específico Afinal, tudo em excesso pode ser prejudicial à saúde.