Arroz e feijão Fantástico

15 de setembro, 2019

Claudete Brescancini: a alquimista do arroz com feijão

Ao provar uma receita da culinarista Claudete Brescancini, a impressão unânime é de surpresa: parece que o nosso mundo culinário virou de cabeça para baixo. Afinal, como tirar do arroz e feijão de todos os dias receitas com um sabor que a gente não conhecia?

Há 17 anos, a missão da culinarista é justamente apresentar formas criativas de usar os grãos mais famosos do Brasil, em cursos promovidos pela Ruston Alimentos. Utilizando as diferentes variedades do arroz e feijão Fantástico, somadas a ingredientes que todo mundo tem na cozinha, ela faz maravilhas como bolo de arroz e ameixas, bolinhos de risoto e rocambole de feijão, entre outros.

Mas nem sempre foi assim. A culinarista é formada em História, matéria que lecionou durante dois anos em São José dos Campos. Depois disso, ela foi contratada como secretária na General Motors, onde ficou de 1970 a 1974. 

Claudete Brescancini

Depois de outros empregos e de ter três filhos, a culinária entrou para valer na vida de Claudete. Ela resolveu lapidar seu talento em diversos cursos em São Paulo, além de participar ativamente dos congressos de culinária da região.

“Naquela época descobri que minha vocação era realmente a de trabalhar com a culinária. Foi quando comecei a dar mais atenção a essa vertente. Fui me qualificando e, logo depois, comecei a trabalhar com isso”, diz.

Enquanto o interesse pela culinária crescia, as propostas para trabalhar na área também iam aparecendo. Foi quando ela começou a dar cursos para marcas de alimentos. Em um deles, a plateia contava com um alto executivo da Ruston na plateia. Encantado com o talento da culinarista, o convite para integrar os cursos da empresa de Jacareí foi imediato.

Criatividade

Desde então, são 17 anos tirando receitas inusitadas dos mesmos ingredientes: arroz e feijão. Para tanto, ela afirma que é preciso abusar da criatividade, recorrer aos antigos caderninhos de receita e ainda formular receitas novas.

“É um trabalho de muita pesquisa. Procuro em meus livros antigos para saber o que já tinha anotado na época, ainda faço adaptações mudando os ingredientes e melhorando os processos. O trabalho fora da sala de aula também é grande. Mas tenho que admitir: minha reserva de receitas novas já está se esgotando, preciso voltar aos testes”, conta, em tom de brincadeira.

A didática dos tempos de aula de história funciona muito bem para cativar os alunos e alunas – e elas são maioria – durante os cursos. Outro talento proveniente das salas de aula é a administração do tempo. 

“As receitas precisam ser saborosas e praticáveis para o tempo em que estamos dando a aula, que normalmente varia de duas a três horas. Então, se eu for fazer um bolo, sei que preciso colocá-lo no forno antes de começar a ensinar os outros pratos. E assim por diante”, conta a culinarista.

Aprendendo na prática

As aulas são realizadas em espaços de supermercados, igrejas e centros comunitários, entre outros. Nelas, é possível aprender desde como aproveitar melhor os ingredientes que estão na dispensa até uma forma de complementar a renda, vendendo as delícias para fora.

Como se estivesse num programa de culinária da televisão, Claudete comanda a cozinha durante o tempo todo, enquanto vai passando todos os seus segredos para os participantes. É um evento bastante dinâmico, no qual todos podem provar o que foi feito e tirar suas dúvidas sobre os processos.

“O público também é bem variado, dependendo do lugar. Atendo muitas empregadas domésticas, pessoas que estão em busca de uma renda, ou donas de casa a fim de variar o cardápio. Atualmente, temos percebido uma participação maior de homens. Um pouco tímida, mas tem crescido”, conclui.