Dia das Mães

6 de maio, 2020

Com açúcar e afeto: culinária une gerações de mães e filhas em São José

A culinária é um elo de carinho entre mãe e filhos. Com o Dia das Mães se aproximando, é hora de recordar aquele cheirinho bom que nos remete a uma receita especial presente nas melhores lembranças com ela. Pode ser um chocolate quente, uma macarronada de domingo ou a amada comidinha do dia a dia, aquele arroz com feijão feito com o inconfundível amor materno.

Para a chef Cynthia Michelle de Siqueira, 39, de São José dos Campos, as gostosas memórias, ainda mais do que afeto, trouxeram inspiração para a escolha da atividade profissional. Foi por meio das receitas preparadas pela mãe e avós durante os anos de infância e juventude que ela tomou gosto pelo ofício.

Com pai e mãe trabalhando fora, a infância de Cynthia teve momentos deliciosos também com as avós. Cada uma de seu modo. Quando a tarde era da vovó Terezinha, a alegria dos almoços era a dobradinha de bife à milanesa e macarronada. Já na vovó Ariete, as datas especiais tinham gosto de carne de panela, com doce de abóbora para adoçar as animadas conversas no fim de tarde.

“Eu tenho uma lembrança especial de cada: minhas avós e minha mãe, Vilma Siqueira. Dela eu não me esqueço de um bolo de chocolate especial. E dos sanduichinhos que ela fazia para eu levar na lancheira quando era criança. Eles eram com pão de forma e tinham formato de coelhinho, de coração… Meu lanche na escola sempre foi assim, isso me marcou muito”, afirma.

Cynthia tem larga experiência em cozinhas de restaurantes e hotéis. Entretanto, a gastronomia não foi bem a primeira opção. Assim como as avós e a mãe, que são professoras, num primeiro momento ela optou pela licenciatura. Com o passar do tempo, porém, a cozinha falou mais alto.

“Elas foram minha inspiração para a primeira e segunda opções”, brinca. “Acabei indo para o lado da culinária também por essas lembranças de família. Até hoje falo para minha mãe que se tivesse seguido a carreira de professora não teria esses horários diferentes que tenho. Ela não pode reclamar, afinal, a culpa é dela”, completa.

As novas chefs de cozinha

Com duas jovens chefs em casa, as filhas Laura de Siqueira, 13, e Pietra de Siqueira, 7, Cynthia aproveita o clima da cozinha para aumentar o sentimento de união entre mãe e filhas. Todos os dias é lá que elas se juntam para preparar receitas, aprender umas com as outras e, claro, se divertir muito.

“A culinária sempre nos uniu. Não tenho neurose na cozinha, elas experimentam de tudo e fazem suas escolhas. O importante é que elas participam do processo todo. A Laura, que já é maiorzinha, vai comigo para o fogão e eu a ensino a cozinhar. Já a Pietra, me ajuda numa massa de esfirra, numa bolachinha. Ela tempera pratos frios também”, afirma.

Durante a quarentena, o laço culinário entre elas está ainda mais forte. Com a tarefa de ficar em casa, o jantar, por exemplo, é tarefa diária das três. “Todas as noites vamos para a cozinha”, conclui.