27 de janeiro, 2020

Comprar ou reutilizar? Lista de materiais escolares pode ser lição sobre sustentabilidade

O início do ano letivo já está batendo à porta. Para quem tem filhos em idade escolar, o momento é de gastar sola de sapato atrás dos itens da lista de materiais enviada pela escola. Nas papelarias, o corre-corre toma conta, e a indústria do ramo aproveita para lançar novas capas de caderno, mochilas, estojos e todo tipo de produtos licenciados.

É claro que todo mundo gosta daquela sensação de material novinho em folha, mas será que esse é o caminho mais sustentável? O momento pode ser uma boa oportunidade para ensinar aos filhos o valor do reaproveitamento de materiais e de como diminuir nosso impacto no meio ambiente.

Envolver a criança no processo é o primeiro passo para ajudá-la a entender a importância da reutilização dos materiais. Esse é o segredo da joseense Bruna Tau, mãe da Helena, de 7 anos. De acordo com ela, esta é uma época emblemática para conversar sobre consumismo e sustentabilidade. 

“Pra mim, só funciona quando você inclui a criança no processo. E o importante é que esse assunto seja pauta durante o ano todo, no cotidiano da escola e com os pais. Caso contrário, a criança vai querer comprar tudo. É no dia a dia que a gente precisa trabalhar isso”, afirma.

Bruna aproveita a época para se reunir com a filha e promover uma triagem no material que a pequena já tem. O exercício conta com a contribuição da criança, que avalia o que ainda está em bom estado e o que precisa, de fato, ser trocado.

“Muita coisa a gente não precisa comprar de novo. E uma coisa legal é que ela mesma vai se policiando. Esse exercício vem junto com uma conversa sobre o nosso impacto no meio ambiente e o valor que damos para as coisas: se são muito caras, se cabem no orçamento”, conta Bruna.

Materiais escolares coletivos

É importante que o discurso da sustentabilidade seja reforçado pela escola. No colégio onde Helena estuda, por exemplo, há locais reservados para materiais coletivos, os “estojões”. 

Nesses espaços, materiais como canetinha, grifa texto, tinta guache e outros são compartilhados entre os alunos. A iniciativa é de cunho didático, ajudando os estudantes a desenvolverem o senso de coletividade.

“Eu acho super legal. Ao invés de comprarmos um monte de material, as próprias crianças aprendem a dar valor ao que usam em conjunto. Acredito que é muito importante mostrar para a criança que tudo tem um impacto. Tanto ambiental quanto financeiro. Em casa, hoje a Helena já toma esta iniciativa de perguntar se é muito caro, se o material prejudica o meio ambiente ou se a gente realmente precisa daquilo”, conclui.

Como gastar menos com a lista de materiais escolares:

Não perca os lápis

Convencer os filhos a tratar melhor seus lápis é uma das formas de manter o material em boas condições de uso para o próximo ano. Nas férias, a dica é reunir os que ainda estão em condições de uso, limpá-los com álcool e encapá-los com uma fita adesiva para que durem mais.

Desafio da borracha

Um desafio para fazer com os filhos: usar as borrachas até o final. Já perceberam como uma borracha nunca chega ao fim antes de ser trocada, perdida ou estragada? A borracha usada, quando limpa com álcool, fica novinha em folha. Portanto, por que não reutilizar?

Preserve as canetas

Está certo, não é fácil manter uma caneta intacta até o fim de sua carga. Ela quebra, estoura no bolso, some sem motivo. Mas isso não é desculpa para estar sempre comprando caneta nova. Promover a limpeza e tomar um pouco mais de cuidado com essas companheiras de todas as aulas ajuda a diminuir o consumo.

Cadernos pela metade?

Vamos combinar que é muito difícil terminar o ano sem alguns cadernos ainda pela metade. E não é só porque as aulas começaram que precisamos jogar fora todas aquelas folhas em branco. Por isso, a dica é jogar fora apenas as folhas usadas e reaproveitar o que ainda tiver uso.

Lave as mochilas

Lavados constantemente, os tecidos das mochilas ficam conservados por mais tempo. Somando essa prática aos cuidados com o ítem – não arrastar, não sobrecarregar, entre outros –, a mochila pode durar por alguns anos.