Mata Atlântica

26 de maio, 2020

Dia da Mata Atlântica é lembrete para preservação da floresta

Nesta quarta-feira (27), comemora-se o Dia Nacional da Mata Atlântica. Um dos biomas mais antigos do país, a floresta ganhou essa data comemorativa por alusão ao dia em que Padre Anchieta assinou a Carta de São Vicente, em 1560. No documento, ele descreve pela primeira vez a biodiversidade das florestas tropicais nas Américas.

Originalmente, a mata cobria uma área superior a 1,3 milhão de km², e passava por 17 estados do país, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Mas a exploração e o desmatamento, desde a chegada dos portugueses, reduziram a floresta a cerca de 12% do que era.

Muitos foram os ciclos de desmatamento da Mata Atlântica. Os ciclos do Pau-Brasil, do ouro, da cana-de-açúcar e do café tiveram em comum a exploração desregulada da floresta, o que contribuiu com o quadro atual. 

Mais recentemente, a expansão urbana prejudicou ainda mais a saúde do bioma. São 145 milhões de pessoas morando na área que era ocupada originalmente pela mata, no principal polo econômico do país, gerando cerca de 80% da produção nacional.

Fauna e flora

Mata Atlântica
Os Parque Estaduais Ilha Anchieta e Ilhabela são considerados Postos Avançados da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

A Mata Atlântica ainda conta com uma das maiores biodiversidades do país. O bioma é, por exemplo, o que concentra a maior diversidade de espécies de aves. São 1.020 registradas, 45% de todas as aves do território brasileiro.

A fauna tem 261 espécies conhecidas de mamíferos. Entre eles, a onça-pintada, bicho-preguiça, capivara, cachorro-do-mato e jaguatirica. A floresta também abriga 197 espécies de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes, sem contar insetos e animais invertebrados. Os números são do Instituto Brasileiro de Florestas.  

Iniciativas

Com tantos atrativos e um triste histórico de exploração e desmatamento, o que resta é proteger os fragmentos que sobraram dessa enorme floresta. Institutos como o Corredor Ecológico do Vale do Paraíba e a Fundação SOS Mata Atlântica são algumas das iniciativas de preservação e reflorestamento de áreas degradadas do bioma.

O Corredor Ecológico é uma organização formada em São José dos Campos (SP), com foco no reflorestamento das áreas do bioma no Vale do Paraíba. A estratégia do grupo é criar uma linha de reflorestamento que passe por 35 municípios da região. Para isso, são realizadas parcerias com proprietários de terra, governos municipais e entidades do exterior, que colaboram e financiam as atividades do projeto.

Já o SOS Mata Atlântica é uma organização que atua em diversas frentes para a promoção de políticas públicas e conservação do bioma. A equipe realiza monitoramentos, produz estudos e projetos, além de promover diálogos com governos e iniciativa privada. O principal desafio é o engajamento da sociedade como um todo.

Preservação

Mata Atlântica
Mata Atlântica preservada no Parque Nacional da Tijuca. Foto: Peterson de Almeida/Wikiparques

Atualmente há um consenso entre pesquisadores e cientistas de que a floresta em pé é também uma fonte de recursos e desenvolvimento. Aliar o crescimento econômico com a preservação da Mata Atlântica tem sido o foco no combate ao desmatamento. 

Práticas como a agrofloresta e permacultura mostram que é possível aliar o ganho financeiro ao ritmo de crescimento das florestas, promovendo o reflorestamento e convencendo grandes produtores a adotar medidas sustentáveis em seus terrenos.