21 de agosto, 2020

Dia do Folclore: cultura popular ajuda a definir quem somos

Mais do que os personagens fantásticos que habitam o imaginário popular, o folclore brasileiro é também uma marca identitária de nosso povo, com seus costumes, expressões, culinária e saberes. Neste sábado (22), é comemorado o Dia do Folclore – data criada para preservar todo esse acervo que forma o folclore nacional.

Nesse contexto, a região do Vale do Paraíba é uma das mais representativas dentro do nosso folclore. É de Taubaté o escritor Monteiro Lobato, por exemplo, que agregou em sua obra infantil personagens como o Saci Pererê, Cuca, Iara e Curupira. É daqui também o feijão tropeiro, o bolinho caipira e o Jeca Tatu, personagem icônico de Amácio Mazzaropi.

Respeitando o isolamento social, neste ano as celebrações da data no Museu do Folclore, em São José dos Campos, acontecerão via videoconferência. Com o tema “Culturas da Infância: Retratos de um Brasil Profundo”, a folclorista e mantenedora do museu, Angela Savastano, recebe a etnomusicóloga Lydia Hortélio para um bate-papo por vídeo que acontece na próxima terça-feira (25), às 15h.

Folclore é marca identitária do nosso povo

De acordo com a folclorista, o papo irá abordar a importância desses saberes folclóricos para a construção de identidade. Principalmente durante o isolamento social, ela afirma que é hora de nos reconectarmos com o Brasil das tradições orais, com suas lendas e vocábulos.

“Cultura popular é todo o saber acumulado, que a gente aprende e guarda. Não está necessariamente registrado nos livros da escola. É a transmissão da sabedoria por meio da sua história oral. É a vivência. Começa desde quando você nasce e vai te acompanhando até o fim de sua vida, não importa onde você esteja, ou que idade tem: essa carga de sabedoria vai junto”, afirma.

O evento é gratuito, mas é necessário realizar uma inscrição por meio da plataforma Sympla. O link é bit.ly/CulturadaInfância. O número de vagas é limitado e a conversa acontece via Zoom.  

Dia do Folclore

No Brasil, o Dia do Folclore foi oficializado em 17 de agosto de 1965 por meio de decreto assinado pelo presidente Humberto Castello Branco. O texto cita a defesa do folclore brasileiro como instituição nacional. Ainda estimula que escolas privadas e públicas celebrem a data e reforcem a importância da sabedoria popular para o país.

O folclore nacional ainda tem espaço na atual Constituição Federal, de 1988. O documento garante o direito de todos os brasileiros de exercerem manifestações culturais e define que a cultura popular brasileira deve ser incentivada e preservada.

A data é marcada por celebrações principalmente dentro das escolas. Em São José, o Museu do Folclore costuma realizar um mês inteiro de atividades, com música, contação de história e palestras. Entretanto, respeitando o isolamento social, neste ano não foi possível contar com a programação completa.