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Mãe de todas as profissões, a atividade de professor pode ser considerada a mais nobre de todas. Afinal, se existem médicos, cientistas, advogados, jardineiros e outras ocupações, é porque alguém os ensinou antes, não é mesmo? E neste dia 15 de outubro, quando se comemora o Dia do Professor, é momento de homenagear aqueles que tanto se dedicam a mudar para melhor a vida das pessoas e a sociedade em geral por meio do conhecimento.

O ofício é árduo. Exige paciência e empenho, dentro e fora da sala de aula. Além, é claro, da paixão pelo que se faz. A rotina do professor não se resume ao período de aula. Essa é só uma parte do trabalho, que começa horas antes, na preparação dos conteúdos e na escolha dos elementos para incrementar a experiência – vídeos, livros e reportagens, entre outros. 

Professora há 40 anos, Cyntia Consiglio conhece bem essa rotina. Ela, que trabalha no Colégio Esfera, em São José dos Campos, vem presenciando de perto as muitas mudanças na profissão. E quantas coisas mudaram desde então. Métodos e tecnologia se aperfeiçoaram, trazendo para a sala de aula elementos como lousas virtuais e tablets, entre outros. Uma coisa que não mudou, entretanto, é a importância da figura do professor para o aprendizado.

“A rotina de um professor vai além do período em que ele leciona. É planejar aulas, elaborar atividades e provas, corrigir essas atividades e provas, participar de reuniões, atender às famílias, é ter tempo para ouvir seus alunos, conversar com eles, orientá-los. Isso dentro e fora de sala de aula. O que mais gosto em minha profissão é estar em contato com os meus alunos, participar da rotina deles, da formação desse estudante e vê-lo se transformar em um profissional”, afirma Cyntia.

Um Dia do Professor diferente: a pandemia do novo coronavírus

De todas as áreas, talvez a educação tenha sido a mais afetada pela pandemia do novo coronavírus. Com a orientação de isolamento social, as escolas precisaram se adaptar a um modelo de aula virtual em poucas semanas. 

A mudança alterou completamente a rotina dos professores, que precisaram se adaptar em tempo recorde para garantir o menor impacto à educação dos alunos.

“A pandemia trouxe uma carga pesada para todos os profissionais. Foi momento de dar as mãos e enfrentar esses desafios juntos, escola e família. No início, a minha primeira prioridade foi acolher os meus alunos, ouvir cada aluno com a sua bagagem de sentimento, explicar a eles como seria o nosso momento de aula, a nossa rotina diária, ajudá-los a se conectar ao mundo virtual para realizar atividades e entrega de tarefas, foi trazer um pouco da rotina de sala aula para a rotina da aula remota”, conta. 

“Juntos, experimentamos diferentes ferramentas e formatos de aula para continuar o aprendizado. Cantamos, dançamos e nos descobrimos criativos quando apoiamos um no outro”, explica a professora.

Nessa nova relação com os alunos, mesmo com cada um em sua casa, o vínculo entre professores e estudantes acabou se tornando mais forte. É em situações como essas que a profissão mostra que não só de preparar aulas e corrigir provas vive um professor. No caso de Cynthia, a pandemia trouxe alguns episódios emocionantes envolvendo seus pequenos alunos.

“Uma história que me emocionou foi um pedido de um aluno. Estávamos no meio de live de Português e ele me perguntou o que eu iria fazer depois da aula, pois queria conversar comigo. Assim que encerramos e os colegas saíram do link da live, pedi a ele que permanecesse. Perguntei a ele se estava com alguma dúvida em relação ao conteúdo, ele disse que não, mas que gostaria de saber se eu poderia brincar de Lego com ele. Me emocionei com o pedido. Naquele momento percebi o quanto ele estava precisando de um amigo para brincar. Naquele dia o ‘parar para brincar’ não estava nos meus planos, mas foi gratificante. Ser professor é se doar, encantar, respeitar, aprender, é disseminar conhecimento com generosidade”, conta a professora.

Feliz Dia do Professor a todos vocês, nossos mestres.