saci-pererê

25 de outubro, 2019

Dia do Saci: 31 de outubro não é só Halloween; é também dia de celebrar o folclore brasileiro

Você sabe o que se comemora em 31 de outubro no Brasil? Aqui vai uma dica: ele é negro, tem uma perna só, usa um gorro vermelho e pita um cachimbo. E aí, lembrou? É o Dia do Saci.

A data foi criada em 2003, no mesmo ano de nascimento da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci). A ideia é criar contraponto ao Halloween, com o objetivo de resgatar a identidade cultural nacional e resistir ao estrangeirismo.  

Para celebrar o dia, São Luiz do Paraitinga recebe a 17ª edição da Festa do Saci e seus amigos, de 25 a 27 de outubro. O intuito do evento é valorizar os contos brasileiros e reviver personagens folclóricos por meio de brincadeiras, rodinhas de conversa e muita música caipira. 

O saci-pererê é um dos mitos mais populares do Brasil. Diz a lenda que o saci é um menino de origem indígena – mais precisamente, tupi-guarani. Ele é caracterizado por ser protetor da natureza e da liberdade do povo negro, já que também recebeu traços da escravatura. 

As características do saci recebem alterações de acordo com a região onde se conta a história. O personagem é rico em atributos culturais e imaginativos interessantes, o que o torna protagonista em diversas obras da literatura infantil.

Escritor, jornalista e um dos fundadores da Sosaci, Mouzar Benedito, 73, conta que a Festa do Saci é uma ótima oportunidade de interação social, bem como um evento educativo, já que os contos mitológicos possuem características voltadas à natureza. Segundo ele, incentivar a cultura popular contribui na formação das crianças, para que atuem na defesa da natureza e da identidade nacional. 

“Hoje em dia, as crianças de São Luiz costumam pegar no pé dos pais quando eles deixam a torneira aberta. Por meio dos contos, são conscientizadas sobre a importância de conservar o meio ambiente”, afirma. 

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O saci no folclore brasileiro

A lenda do saci surgiu no Sul do Brasil, foi influenciada por elementos das culturas africana e indígena, e ficou nacionalmente conhecida por influência de Monteiro Lobato. O saci habita as florestas e tem como grande característica o fato de ser travesso e pregar peças nas pessoas. 

Na origem da lenda, ele era um protetor da floresta e, por isso, muitos o consideram um personagem derivado da lenda do curupira. Na medida em que sua história se espalhou, ela foi incorporando outros elementos que fazem parte do folclore de cada região e que podem ser oriundos de outras culturas.

Até o começo do século 20, a lenda do saci era mais conhecida nos rincões do país. Foi a partir de Monteiro Lobato – autor de uma das mais famosas histórias infantis do país, o Sítio do Pica-Pau Amarelo – que ela ganhou nova importância e dimensão.