19 de julho, 2020
Há 51 anos, uma jornada épica na Apollo 11 levava o homem pela primeira vez à lua
Em um 20 de julho como esta segunda-feira, há exatamente 51 anos, a missão Apollo 11 levava os primeiros homens à lua. O módulo lunar conduzia os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin, e pousou no satélite às 20h17. Seis horas depois, Armstrong daria os primeiros passos na superfície lunar, com a frase que ficou marcada para a eternidade: “É um pequeno passo para um homem, um passo gigante para a humanidade”.
Mas para chegar lá, as dificuldades foram extremas. No módulo lunar, que levou os astronautas da nave para o pouso na lua, a situação antes do pouso era crítica. Com pouco menos de cinco minutos de combustível sobrando, os pilotos estavam a mil metros acima da superfície lunar, procurando um local seguro para o pouso.
De acordo com os registros desta aventura épica, quando o módulo chega a 150 metros do solo, Armstrong decide desistir do piloto automático. Desliga o computador e conduz o equipamento como se fosse um helicóptero. Abaixo, a paisagem, que deveria ser uma planície, estava lotada de elevações e crateras. Qualquer deslize poderia comprometer a viagem de volta.
Faltando segundos para o combustível para a descida terminar, Armstrong anunciou à base de controle, em Houston, que a Águia (nome do módulo) havia pousado com sucesso. Nos registros da Nasa (agência espacial norte-americana), a resposta da torre de controle foi bem-humorada: “vocês deixaram um punhado de rapazes azuis por aqui. Estamos respirando de novo”.
A tecnologia utilizada no módulo era semelhante à de um processador de smartphone de hoje em dia. Quem afirma é o próprio engenheiro Jack Garman, que participou da missão há 51 anos. Na base, em Houston, o mainframe que ocupava um andar inteiro não era muito mais eficiente do que um notebook.
A viagem da Apollo 11
A viagem histórica aconteceu em um contexto de corrida espacial, alimentada pela Guerra Fria, que dividia Estados Unidos e União Soviética como superpotências militares, econômicas e espaciais. Oito anos antes de Armstrong e Aldrin se transformarem em heróis nacionais ao pisar na lua, o então presidente John Kennedy prometia, em discurso, que os Estados Unidos seriam os primeiros a enviar uma missão ao satélite.
Em 16 de julho de 1969, a Nasa estava com o projeto Apollo pronto para o lançamento. Tratava-se do foguete mais poderoso construído até então: o Saturno 5, que levava em sua ponta a cápsula com o módulo lunar. Além de Armstrong e Aldrin, o terceiro tripulante da missão era o astronauta Michael Collins.
A decolagem aconteceu às 9h32, no horário da Flórida, do Centro Espacial Kennedy. Os três arrancaram a 28.800 quilômetros por hora por 12 minutos, até que a Apollo 11 estivesse em condição de entrar em órbita. Depois disso, foi realizado um terceiro disparo dos motores, que impulsionou os astronautas pelo vácuo a 40 mil quilômetros por hora, percorrendo os 384 mil quilômetros até o destino.
Nessa fase, era preciso contar com uma série de fatores: calcular onde a lua estaria no momento da chegada e a velocidade necessária para vencer a força gravitacional da Terra era um deles. Um erro de cálculo poderia fazer com que o módulo se chocasse com a lua, ou passasse muito distante, perdendo-se no espaço.
A viagem era tão desafiadora que o presidente daquele ano, Richard Nixon, já tinha um discurso pronto para o fracasso da missão: “A fatalidade determinou que aqueles homens que foram para a lua explorá-la em paz, permaneçam na luz para descansar em paz”.
Mas felizmente o discurso ficou na gaveta, e aquele dia, um domingo, ficou para a história não só dos Estados Unidos, como do mundo todo. As imagens dos astronautas se deslocando na leveza da gravidade lunar – um sexto da terrestre – se transformaram em um dos maiores ícones da humanidade.