home office

15 de junho, 2020

Home office será o novo normal para as empresas no pós-pandemia

Para encarar o isolamento social, que já avança para o terceiro mês no Brasil, a palavra de ordem é adaptação. Foi preciso trazer para dentro de casa a maioria das atividades que eram feitas fora: escola, academia, reuniões e, é claro, o trabalho. 

O home office é, talvez, a maior mudança comportamental que ficará como legado da pandemia de coronavírus. Enquanto a tendência é que escolas, academias e restaurantes voltem gradativamente ao que eram antes, no trabalho a realidade será diferente.

A multinacional de serviços imobiliários Cushman & Wakefield encomendou uma pesquisa para entender os novos hábitos de trabalho no Brasil. Foram entrevistadas 122 empresas de Rio de Janeiro e São Paulo. Em 40,2% delas, o home office será adotado em definitivo.

O estudo também mostra outra tendência pós-pandemia: a redução de espaço físico dos escritórios. No total, 45% dos entrevistados irão adotar essa medida, sendo que 30% deles farão isso devido à experiência de sucesso com o home office. Os outros 15% afirmaram que reduzirão o espaço por causa da crise econômica.

Home office, o novo normal

Em 2019, parte da equipe administrativa da Pormade, empresa paranaense que fabrica modelos de portas e distribui para todo o país, foi escalada para trabalhar em home office. A ideia da administração era testar novas possibilidades de trabalho, aferindo a produtividade e o bem-estar dos colaboradores. No total, entre produção e administrativo, a empresa conta com 730 colaboradores. A experiência incluiu pouco mais de cinco pessoas e, à época, foi um sucesso.

O que os gerentes não sabiam é que aquela pequena experiência seria fundamental para encarar a nova realidade, que viria alguns meses depois. Após a chegada da pandemia no Brasil, a empresa ficou 15 dias fechada. No setor administrativo, o retorno aos trabalhos aconteceu 100% via home office.

“No início, implementamos o home office por necessidade, já que nosso escritório estava ficando sem espaço para a demanda de colaboradores. Foi uma experiência tímida, mas que nos mostrou que dava para flexibilizar o trabalho in loco, sem perda de produtividade. Quando a pandemia chegou, foi só o tempo de nos ajustarmos para que todo o administrativo passasse a trabalhar de casa”, afirma Rafael Jaworski, diretor de RH da empresa.

Home office: Rafael Jaworski
Rafael Jaworski, diretor de RH da Pormade

Com a flexibilização do isolamento, o novo normal da empresa será diferente dos anos anteriores. A tendência é que grande parte da equipe continue trabalhando em home office. Até porque a volta às atividades deverá cumprir regras de distanciamento e o escritório terá menos espaços disponíveis.

“Depois desses meses administrando a equipe em home office, já estamos preparados para continuar trabalhando de casa, de forma segura. Ficamos craques nisso. Adotamos uma ferramenta de CRM (Customer Relationship Management – na tradução do inglês, Gestão de Relacionamento com o Cliente) para auxiliar a realização de tarefas a distância e mudamos um pouco a cultura da empresa para o trabalho sem supervisão, adotando o conceito da autogestão por parte dos colaboradores”, diz.