Lucimar Ferreira

13 de março, 2020

Inspire-se com elas: Lucimar Ferreira, uma mulher multitarefa que fez carreira no Mercadinho Piratininga

Ser mulher é uma tentativa diária de lidar com expectativas sociais repletas de predileções, afazeres e tarefas. Para Lucimar Ferreira, 38 anos, que assumiu uma imensa responsabilidade ainda na adolescência, o Mês da Mulher deve ser celebrado em homenagem à resistência feminina, à coragem e à busca pela independência. 

Após a morte de sua mãe, Lucimar (na época com 15 anos) teve que conciliar os estudos com os afazeres da casa e o zelo com os irmãos. “Eu pensava: ‘e agora, o que vou fazer?’. Foi muito triste. Tive que lidar com muita coisa ao mesmo tempo”, afirma.

Em busca de uma vida melhor, Lucimar e sua família vieram de Minas Gerais para São Paulo quando ela ainda tinha três anos. Na mesma época, seu pai começou a trabalhar como zelador em uma fazenda em Jacareí. Lá, cresceu ao lado dos pais e de nove irmãos. 

Lucimar Ferreira, 38 anos, responsável pelos setores de cereais e perfumaria do Mercadinho Piratininga
Lucimar Ferreira, 38 anos, do Mercadinho Piratininga

“Minha infância foi muito feliz, mas, depois da morte da minha mãe, as pessoas começaram a me desencorajar. Na época, por eu ser a mulher mais velha da casa, tive que administrar várias responsabilidades ao mesmo tempo. Meus irmãos ajudavam o meu pai nas atividades da fazenda, e eu cuidava dos mais novos. As pessoas falavam ‘não vai ter jeito, você vai ter que sair da escola’, mas eu não queria e nunca desisti”, explica. 

Em 2006, então, surgiu uma oportunidade para trabalhar no Mercadinho Piratininga, em São José dos Campos. “Comecei como assistente de seção, aprendi toda a parte de reposição da loja e, pouco a pouco, fui mudando de área. Atualmente sou responsável pelos setores de cereais e perfumaria.”

No Piratininga, Lucimar conheceu seu marido, por quem se apaixonou. Realizou o desejo de comprar uma casa e, posteriormente, o sonho de ser mãe. “Meu pai veio morar com a gente em São José, éramos muito apegados. Ele morreu três meses após o nascimento da minha única filha, mas fico feliz por ter realizado os três maiores sonhos dele: entrar comigo na Igreja, ter uma casa própria e pegar o meu bebê no colo. É isso que me conforta.” 

Ela conta que, atualmente, sua maior missão é criar uma filha corajosa, independente e, assim como ela, inspiradora. “Nós, mulheres, precisamos lutar por aquilo que a gente acredita. Somos mais fortes do que pensamos e extremamente capazes de realizar nossos sonhos, com muito respeito e amor”, afirma.