São José

25 de julho, 2020

No aniversário de 253 anos de São José dos Campos, relembre histórias marcantes da cidade

Com mais de 700 mil habitantes, São José dos Campos é uma das cidades mais importantes do Brasil e peça fundamental para a economia da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a RMVale. Nesta segunda-feira (27), o município completa 253 anos e celebra sua história – que a trouxe até os dias de hoje como referência tecnológica, polo de mão de obra qualificada e sinônimo de qualidade de vida.

A origem de São José se deu no final do século 16, com a formação da Aldeia do Rio Comprido, uma fazenda jesuítica que usava a atividade pecuarista para evitar incursões de bandeirantes. 

No entanto, em 1611, a lei que regulamentava os aldeamentos indígenas por parte dos religiosos fez com que os jesuítas fossem expulsos e os aldeãos dispersados. Não se passou muito tempo para que eles voltassem a se estabelecer no local, numa planície onde hoje se encontra a Igreja Matriz de São José, no centro. 

Em meados de 1767, passou a ser reconhecida como uma Vila e recebeu o nome de “São José do Paraíba”. Foram erguidos o pelourinho e a Câmara Municipal, símbolos que caracterizavam a nova condição. Entretanto, a emancipação política não trouxe grandes benefícios até meados do século 19, quando o município passou a exibir sinais de crescimento econômico, graças à expressiva produção de algodão, exportado para a indústria têxtil inglesa.

Depois de ocupar posição periférica no período áureo do café no Vale do Paraíba, São José dos Campos ganhou destaque nacional na chamada fase sanatorial. Durante o período da “peste branca”, ou tuberculose pulmonar, o clima de São José dos Campos fez a cidade ganhar destaque nacional e inúmeros doentes visitavam a região em busca de cura para a doença.

Jornais contam a história do período

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A chegada do sanatório trouxe receio de disseminação. Foto: Reprodução

Nessa época, teve início a construção do Sanatório Vicentina Aranha – marco da urbanização de São José. Uma publicação do “Correio Joseense”, de 1924, evidencia que esse processo foi um dos mais importantes para a infraestrutura da região, responsável por colocar a cidade no “mapa do estado”. 

Quatro anos mais tarde, em 1928, o jornal “Folha da Manhã” anunciava a inauguração da via que ligava São Paulo e Rio de Janeiro, a famosa “Estrada Velha”. Em 1950, a cidade recebeu a rodovia Presidente Dutra – atualmente, a principal ligação entre essas duas capitais.

A ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro. Foto: Reprodução

Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, a edição da “Folha de S.Paulo” estampava, em sua manchete, a morte de quatro manifestantes considerados os mártires da época, incluindo o joseense Euclides Miragaia, que foi assassinado aos 21 anos.

Jornal noticia a morte de Euclides Miragaia. Foto: Reprodução

Cinco anos mais tarde, uma notícia boa na região encheu de orgulho o coração dos habitantes. Em 12 de setembro de 1937, o “Correio Joseense” anunciou a nomeação do poeta Cassiano Ricardo para uma das cadeiras na Academia Brasileira de Letras. 

Cassiano Ricardo é homenageado após nomeação para academia. Foto: Reprodução

Nos anos de 1950, a cidade divulgava a construção do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), é considerado até hoje uma das instituições mais respeitadas do país, localizada no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

A construção do ITA, em São José dos Campos. Foto: Reprodução

Com a expansão da educação e a busca pelo conhecimento, em dezembro de 1953 o município recebeu a sua primeira faculdade de direito. Atualmente, a Universidade do Vale do Paraíba (Univap) é considerada uma das melhores da região. 

A criação da Faculdade de Direito, que depois se tornou a Univap. Foto: Reprodução

E assim como a educação, a economia da cidade estava crescendo gradualmente. Em 15 de março de 1959, o “Correio Joseense” trazia notícia sobre a inauguração da General Motors. Dez anos depois, a cidade também se tornou sede da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Em 9 de fevereiro de 1993, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) lançava, dos Estados Unidos, o primeiro satélite produzido em São José dos Campos. 

Jornal anuncia a chegada da GM à cidade. Foto: Reprodução

Orgulho para os joseenses 

As histórias e conquistas da cidade enchem o coração dos joseenses de felicidade. Para Kátia Aparecida de Oliveira, 54 anos, que nasceu e cresceu em São José, o município é muito avançado e completo. “Já tive a oportunidade de viajar Brasil afora mas, para mim, nenhum lugar se compara a São José. Nossa cidade é bem projetada, limpa, com educação de qualidade e várias oportunidades no setor terciário”, afirmou. 

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Escultura do 14 Bis no Parque Santos Dumont. Foto: Tião Martins/PMSJC

Atualmente, São José se destaca também na área de negócios, o que movimenta setores como hotelaria, comércio e serviços. Diariamente, milhares de pessoas  procuram a cidade em visitas a shoppings, centros industriais e tecnológicos, entre outros. O local também passou por um importante incremento no setor terciário. 

Kátia relembra que a região também oferece lazer em locais repletos de história. “Temos lugares incríveis, como o Parque da Cidade, o Vicentina Aranha e o Santos Dumont, que tem o protótipo do 14 Bis. Sem dúvidas, é uma cidade muito querida. Aqui eu nasci, cresci, me tornei esposa e mãe. Eu não trocaria a minha cidade por nada.”