29 de agosto, 2019
Quer empreender? A dica é começar pelo planejamento financeiro
Com as mudanças nas relações de trabalho, fruto de reformas que acontecem em nosso país, o conceito do empreendedorismo fica ainda mais em evidência no cenário econômico do brasileiro. Além de apostar em seu talento para fazer acontecer aquele salão de beleza, por exemplo, ou lucrar com receitas deliciosas, é preciso pensar em como administrar o dinheiro durante essa jornada.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sebrae em 2018, uma a cada quatro empresas no Brasil fecha as portas antes de completar dois anos. Escapar dessa estatística exige planejamento e um bocado de paciência antes de realizar o sonho de trabalhar por conta própria.
A boa notícia é que não é preciso contratar uma assessoria financeira caríssima ou equipar-se com ferramentas sofisticadas para estabelecer um bom plano financeiro para o seu negócio. Segundo a especialista em finanças e investimentos Luciana Ikedo, o bom e velho caderninho de anotações consegue dar conta do recado.
“Eu sou favorável à simplificação desse processo. O empreendedor não precisa ser fluente em ‘economês’ para elaborar um plano financeiro eficiente. O importante, antes de qualquer coisa, é pensar, detalhe por detalhe, quanto esse sonho custa inicialmente. Coloque tudo no papel: aluguel, água, luz, compras, móveis, pintura. Nada pode ficar de fora”, afirma Luciana.
Com essa tarefa aparentemente simples, a especialista explica que já dá para começar a pensar em transformar seu talento em renda. A partir daí, é hora de planejar o capital de giro para que a empresa tenha um fôlego financeiro para pagar as contas enquanto o negócio ainda não vingou.
“Nenhum início de empresa é fácil. No começo, a conta pode não fechar, e isso é normal. Quando o empreendedor não calcula essa sobra direito, o mais comum – e perigoso – é aderir a um crédito caro e de curto prazo, como dívidas no cartão de crédito ou no cheque especial. É o que chamamos de custo de serviço da dívida”, diz Luciana.
Ao negócio o que é do negócio
Outra ótima dica para o planejamento financeiro é estabelecer limites claros entre o capital que é do negócio e aquele que é da conta pessoal. Essas duas linhas são como fios desencapados que, quando se cruzam, causam um curto circuito nas finanças da empresa.
“Não dá para descobrir um santo para cobrir outro. Essa regra básica é fatal quando ignorada pelo empreendedor. Na minha carreira, foi o erro mais comum entre as empresas que atendi” afirma a especialista.
Feito esse adendo, o próximo passo é estipular um prazo para que o negócio comece a ser lucrativo. Ou seja, em quanto tempo as receitas vão superar as despesas. Para isso, há uma palavrinha mágica: a precificação.
“São muitos fatores que determinam o preço dos produtos. Por exemplo, se uma pessoa vai começar a vender bolo, ela precisa saber quanto ela pagou em cada fatia para poder colocar a sua margem de lucro. A dica aqui é fazer uma boa pesquisa de mercado para que o produto conte com um preço compatível ao que se tem exercido. Com esse valor estabelecido, é hora de fazer as contas de quanto será preciso vender para alcançar a renda ideal. E, a partir daí, traçar suas metas”, conclui Luciana.
Sete dicas para um bom planejamento financeiro
Abaixo, seguem algumas dicas do Sebrae para quem quer começar o planejamento financeiro de seu novo negócio:
1 – Acompanhe de perto os custos diretos de seus produtos e serviços;
2 – Separe custos particulares dos custos da empresa;
3 – Elabore relatórios para analisar sua empresa;
4 – Estabeleça objetivos financeiros;
5 – Faça projeções de desempenho;
6 – Analise e calcule antecipadamente a utilização de capital de terceiros;
7 – Vincule a estratégia financeira à estratégia de sua empresa.